No Brasil, infelizmente é comum
esperar-se até a proximidade da Primeira Comunhão para que as crianças façam a
sua também primeira Confissão. Ora, não só algumas paróquias retardam a
recepção primeva da Sagrada Eucaristia até uma época próxima à adolescência,
como, por outro lado, algumas crianças atingem a idade da razão bem
precocemente, a despeito das regras locais para a Primeira Comunhão serem, por
vezes, inflexíveis. Assim sendo, ocorre que muitas crianças já começam a ter
consciência de seus erros, cometendo, portanto, pecados algumas vezes mortais,
e não têm a oportunidade de se verem absolvidas deles enquanto não terminar o
curso de catequese em preparação à Primeira Eucaristia. Isso gera uma situação
espiritual muito perigosa para nossos filhos.
É nesse sentido que os pais atentos ao
temperamento e condição espiritual e intelectual de suas crianças deverão,
diligentemente, separar os momentos de primeira Confissão e Primeira Comunhão.
Não há, aliás, nenhuma regra canônica obrigando a que alguém só se confesse
quando matriculado em uma aula de catequese paroquial ou nas vésperas de sua
primeira recepção do Santíssimo Sacramento.
Se a paróquia que se freqüente só
autoriza que as crianças comunguem a partir de certa idade, mas antes disso
algum de nossos filhos já peca, não há que se retardar a primeira oportunidade
de reconhecer seus pecados e acusá-los a um sacerdote. E aqui são os pais os
responsáveis por uma preparação correta para essa Confissão.
Na verdade, a preparação para todos os
sacramentos de nossos filhos, inclusive a Confissão, começa desde os primeiros
instantes de suas vidas. O exemplo dos pais, as orações em família, as
conversas sobre temas doutrinários e espirituais, a formação delicada das
consciências das crianças – mormente ao ajudá-los no balanço diário antes de
dormir, dirigindo perguntas sobre seu comportamento naquele dia – servirão de
preparação remota para que se confessem, no tempo oportuno, com grande
aproveitamento das graças sacramentais. Todavia, não se deve parar aí. Ciente o
pai de que o filho atingiu a idade da razão, deve lhe falar explicitamente
sobre o sacramento da Confissão, explicando o que significa, como se o celebra
e a importância de fazermos sempre as pazes com o Deus misericordioso que na
Igreja nos espera, na pessoa do sacerdote, para nos aconselhar e absolver de
nossas culpas.
Devem, assim, os pais dirigirem, próximo
à data escolhida para que seus filhos se confessem pela primeira vez, um
cuidadoso exame de consciência geral, talvez até mesmo lhes dando um mini-retiro.
Tudo com naturalidade, sem afetação, mas também sem perder a seriedade e
solenidade do momento.
No dia da Confissão, um dos pais ou
ambos acompanhará o filho até o confessionário, dispondo sua alma com vivos
afetos de amor a Deus, de arrependimento por suas faltas, e animando-lhe com a
coragem sobrenatural para se colocar sinceramente diante de Cristo que quer lhe
perdoar. Havendo alguma fila de Confissão, estará com seu filho, quem sabe
rezando com ele algumas jaculatórias, ou uma dezena do terço, e repassando o
exame de consciência.
Não custa salientar que os pais, ainda
que fazendo as vezes de diretores espirituais dos filhos nessa primeira etapa,
não podem, em hipótese alguma, violar o segredo de confissão dos mesmos. Serão
ajudantes de sua consciência, com a autoridade paterna e a experiência
espiritual, porém nunca intimidadores ou constrangedores, querendo saber os
pecados das crianças em espécie.
Após essa primeira Confissão, darão
graças junto dos filhos pelo perdão recebido, auxiliarão, sem invadir o segredo
canônico, a cumprir as penitências impostas para a reparação da pena temporal
anexa aos pecados, e guiarão as crianças para que retornem com freqüência ao
confessionário, vendo nele um tribunal no qual, acusando-se culpados, os pequenos
sairão absolvidos e um instrumento da infinita misericórdia do Senhor.
Um bom recurso está na Alexandria Católica. Acesse e baixe o conteúdo:
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br/2011/03/preparando-seus-filhos-para-o.html
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3 comentários:
Muito bom o artigo. Estou a preparar meus 2 filhos mais velhos, 7 anos e 9 anos para a confissão, e o quero fazer o quanto antes, o texto me ajudou. Um abraço Fraterno
Aqui em casa o Giuseppe procura o padre para confessar sem a gente falar nada. Mas vou usar o texto para lidar com o Felipe (mais velho e já na adolescência).
Olá! Há uma frase no texto que fala da atenção dos pais ao temperamento dos filhos. Tem alguma dica de material para aprofundamento nesse tema e como lidar com os diferentes temperamentos?
Grato,
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