Festejando o Santíssimo Nome de Maria


Hoje temos uma comemoração especial na Igreja. É o dia do Santíssimo Nome de Maria.

Embora seja festividade de grau mais baixo - memória facultativa -, está inscrita no coração de muitos fiéis, principalmente nos possuem uma espiritualidade carmelitana descalça. 

Os carmelitas descalços foram os grandes responsáveis pela popularização da invocação mariana relacionada ao seu Santíssimo Nome, tendo privilégio de recitar um Ofício próprio dedicado à data.

Nossa família é particularmente próxima ao Carmelo Descalço, de modo que a festa se faz muito presente em nosso lar. 

Vários santos carmelitas são nossos companheiros cotidianos. 

Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz são modelos de ascese que procuramos imitar. 

Santa Teresinha é a santa de devoção da Aline, e homenageamos nossa herdeira número três (número dois das meninas) com seu nome, Theresa. Também é uma santa tradicional na família paterna da Aline, dando nome à estância que meus sogros têm na zona rural de Piratini, fundada pelo trisavô da minha esposa. Por outro lado, Santa Teresinha é padroeira de nosso namoro, noivado e casamento. 

E Santo Elias, Profeta, o pai espiritual do Carmelo - descalço e calçado -, é figura constante em nossa vida devocional doméstica, sendo que até mesmo uma sua biografia eu escrevi.

O livro pode ser comprado no site da Editora Ecclesiae ou no da Livraria Cultura.

Voltemos ao Nome de Maria.

Em 1513, a festa foi instituída em Cuenca, na Espanha, inicialmente para a data de 15 de setembro. Com a criação universal da festa de Nossa Senhora das Dores para o dia 15 - que antes era apenas celebrada em Florença, na Itália -, justamente para fazer a Virgem acompanhar, em suas dores, as de Cristo, seu Filho, lembradas na Exaltação da Santa Cruz, dia 14 de setembro, a festa do Nome de Maria foi transferida para o dia 17, pelo Papa Sisto V, em 1587. 

Já em 1622, Gregório XV estendeu a festa para a Arquidiocese de Toledo, também na Espanha, e a partir de 1666, os carmelitas descalços abraçam a devoção e passam a espalhá-la mediante a recitação do Ofício próprio. 

Em 1671, toda a Espanha tem a festa inscrita em seu calendário nacional. 

Finalmente, após a Batalha de Viena contra os turcos, em 1683, com a vitória dos cristãos comandados pelos rei polonês Jan III Sobieski, de quem, aliás, o Beato João Paulo II falava bastante em seus discursos e escritos sobre a Polônia, sua terra natal, é estendida à Igreja Universal pelo Papa Inocêncio XI. Na vitória sobre os exércitos infiéis que ameaçavam conquistar a Europa, a invocação do Nome da Santíssima Virgem foi decisiva.

Após muitas variações de datas - os católicos de rito ambrosiano, em Milão, chegaram a celebrá-la em 11 de setembro -, a reforma do Calendário Litúrgico Romano e Universal, em 1954, fixou a data de 12 de setembro para a festa, e em 1969, Paulo VI a torna memória facultativa.

As famílias podem aproveitar a data e, reunidos todos em volta de uma imagem da Virgem, rezarem a Ladainha do Santo Nome de Maria.

É o onomástico daquelas que tem por nome Míriam e, se não quiserem comemorar em outra data mariana, como a Imaculada Conceição ou a Natividade de Nossa Senhora, as que possuem o nome Maria.



Uma sugestão de comida para celebrar a Virgem e seu Nome é o famoso croissant ou, como se diz aqui na fronteira, "media luna". O croissant tem esse nome francês de "crescente", uma das fases da lua, e que exatamente é o símbolo do Islã, a religião que os turcos queriam impor à Europa, cuja tentativa foi barrada diversas vezes por grandes heróis cristãos, sobretudo nessa Batalha de Viena, sob a proteção do Santíssimo Nome de Maria, a que aludimos acima.
O croissant pode ser com recheio ou sem. E os recheios variam conforme o gosto da pessoa.

No Google há várias receitas de croissants e não indicamos nenhuma porque ainda não testamos as que aparecem na busca.

Um bolo com motivos marianos - decorado com a expressão "Ave Maria", por exemplo, ou uma torta de bolachinhas tipo "Maria", ou ainda sanduíches de bolachinhas "Maria" recheados com Nutella ou doce de leite (de preferência o uruguaio Conaprole), vão bem também.

Rafael Vitola Brodbeck

Um comentário:

Cris GoMon disse...

Pois é! Chamo-me Maria Cristina desde o Batismo, por volta de 8 de janeiro de 72, e nunca tinha ouvido falar sobre o Santo Nome de Maria...

Para mim foi uma grandíssima novidade saber que havia essa festa, ainda que menor.

Li por conta da festa, várias explicações para o significado, muitas vindo do hebraico... No entanto, ouvi uma vez que viria do sânscrito ou do aramaico e significaria sabedoria...

Você conhece esse significado?

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