Visita da família Brodbeck ao Carmelo de Pelotas


Sempre fomos, desde namorados, próximos ao Carmelo. Nossa espiritualidade, além de legionária, é profundamente carmelitana. Aliás, os primeiros legionários sempre estiveram nas cercanias do Carmelo, o qual deu grandes missionários ao México onde a Legião de Cristo e o Regnum Christi nasceram.

Ainda nos inícios de nosso namoro, eu levava a Aline ao Carmelo Coração Eucarístico de Jesus, um mosteiro da Ordem dos Carmelitas Descalços em uma aprazível área afastada da cidade de Pelotas, na praia do Barro Duro, além do balneário do Laranjal, de frente à lindíssima Lagoa dos Patos.

No Carmelo de Pelotas encontrávamos monjas apaixonadas por Cristo e pela Igreja, e com uma rigorosa observância da regra, a tal ponto de D. Fernando Arêas Rifan, Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney - que reúne os antigamente chamados "Padres de Campos", ligados outrora à Fraternidade Sacerdotal São Pio X, fundada por D. Marcel Lefebvre - ter enviado diversas candidatas de sua circunscrição eclesiástica - todas elas criadas na época em que estavam unidos aos lefebvrianos - a esse mosteiro para lá se tornarem noviças e depois freiras. D. Rifan, aliás, esteve em Pelotas para a entrada dessas moças no noviciado e para pregar retiros às monjas. E, na ocasião, nós, do Regnum Christi, estivemos lá: conheci pessoalmente D. Rifan - com quem já conversava por e-mail desde, nas palavras dele, "os tempos das brigas com o Papa e o Concílio" -, assistimos Missa tridentina por ele rezada, e tive o privilégio de receber S. Excia. na casa dos meus pais, onde assei uma bela parrillada tradicional e ainda cozinhei, no fogão à lenha da minha mãe, especialidades campeiras. As fotos estão abaixo.






































No Carmelo, promovíamos Missas no rito novo, em latim, com canto gregoriano, celebradas por padres legionários e diocesanos, como uma iniciativa de apostolado do Regnum Christi, quando eu coordenava os trabalhos em Pelotas. Eram momentos riquíssimos. Cheguei a ajudar a levar padres, de carona, para as Missas "comuns" das monjas, no dia-a-dia, e até o cachorro de estimação do mosteiro eu levei com a Aline, certa feita, para o veterinário. Visitávamos frequentemente as monjas no locutório, atrás das grades, para partilhas espirituais e para pedir orações por nosso futuro Matrimônio.

De tanta proximidade, a Aline fez questão de lá receber o sacramento da Crisma, das mãos de nosso então Bispo Diocesano, D. Jayme Chemello.


































Depois que casamos e nos mudamos para o Itaqui, chegamos a visitar o Carmelo em algumas ocasiões, mas não mais do que duas estivemos com as freiras novamente no locutório. Lá no Itaqui, estávamos perto de um outro convento carmelita descalço, em Paso de los Libres, na Argentina, porém infelizmente não conseguimos visitá-las.

Agora, alguns anos depois, com a Maria Antônia crescida, e o Bento e a Theresa nascidos, resolvemos ir contar essas graças para as carmelitas. E não é que elas se lembravam perfeitamente de nós e ainda nos acompanhavam com orações?

Chegamos a Pelotas no sábado, direto de Porto Alegre, para onde tínhamos viajado na quarta-feira, e fomos imediatamente ao Carmelo. Elas estavam já nos esperando. Toquei a sineta e falei com a monja responsável na "roda", e então ela me passou a chave do locutório, entramos e ficamos esperando. Que alegria ao ouvir novamente o sino de chamada das monjas para se reunirem lá e conversar conosco. Sentimo-nos em casa. O Carmelo é nossa casa, é um oásis de fé vivida em plenitude, de renúncia, de cruz, de entrega perfeita a Cristo.

Uma grande meditação que tiramos foi de uma irmãzinha já idosa que, por trás das grades, não podia segurar o Bento no colo, e dizia isso expressamente, dizendo que gostaria muito. É a alma maternal da mulher. E uma renúncia de algo bom e lícito, feita por Cristo. São esses pequenos sacrifícios que as fazem esposas dignas do Cordeiro. Sacrificam-se em algo bom para ganhar o melhor. Deixam de segurar o menino Bento no colo para, misticamente, embalar o Menino Jesus!

Foi uma importante visita para o enriquecimento espiritual de nossa família. As crianças ficaram encantadas com as irmãs, piedosas, alegres, e de hábito, não "disfarçadas de leigas", como vemos por aí.

A Aline chegou a dizer às freiras: "Como meus filhos poderão discernir sua autêntica vocação se não tiverem contato com quem é fiel à sua, se só verem 'freiras secularizadas' por aí? Eles precisam conhecer quem é fiel e feliz na resposta ao chamado de Deus, não só no matrimônio, como no sacerdócio e na vida religiosa."

Foi uma verdadeira catequese prática!

Abaixo, algumas fotos.





Nos encheram de terços, coroas, santinhos e até uma relíquia de Santa Teresinha!

A MA ficou feliz de ver o hábito, e o Bento mandava beijinhos pra elas por trás das grades do claustro. Uma das irmãs é a Madre Teresa Antônia, e a MA disse que ela tinha o nome dela e o da mana juntos.

















Rafael Vitola Brodbeck

2 comentários:

Unknown disse...

Mais uma vez, a família Brodbeck mostrando como é belo ser uma família com raízes profundas no solo da Igreja! Vendo as fotos senti muitas saudades do Carmelo, onde vivi momentos memoráveis, como duas Vigílias Pascais que lá celebramos. Que o senhor conserve esta linda vocação carmelita e mande mais flores para compor Seu belo jardim! Shalom!

Lívia Guimarães disse...

Que maravilha!

Eu que tenho tia freira e convivo com tantas frequentemente (inclusive já vivi em internato estudando para ser uma), me encanto ao ver cada irmãzinha linda, piedosa e fiel a Cristo.

As orações dessas irmãs é que mantem esse mundo com um mínimo de paz. Preciosas orações e sacrifícios que ajudam a nos salvar dia a dia.

A convivência e familiarização com esta realidade ajuda demais a despertar a vocação.

Deus abençoe todas as freiras do mundo!!! <3

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